DATA: 05/09/2018
HORA: 10:00
LOCAL: campus cameta
TÍTULO:

SABERES SOCIAIS E PRÁTICAS DE RESISTÊNCIA IDENTITÁRIA: O Trabalho em Comunidade Quilombola no Nordeste Paraense


PALAVRAS-CHAVES:

Trabalho, Saberes, Capitalismo, Identidade, Quilombolas.


PÁGINAS: 130
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Educação
RESUMO:

Este estudo versa sobre a inter-relação dos saberes sociais e práticas de resistência identitária em comunidade quilombola do nordeste paraense, tendo o trabalho como categoria nuclear para compreender os processos de resistências às metamorfoses no mundo do trabalho operadas pelo capital a partir da década de 1970 nas dimensões das relações sociais enquanto: modo de produção, organização, saberes e identidade, no contexto da Comunidade Quilombola Tambaí-açú – Mocajuba/PA. Para esta investigação da resistência quilombola, optamos pela mediação do saber social do trabalho e as transformações operadas pelas necessidades do capital, a fim de compreender como os povos de comunidades tradicionais constroem saberes de resistência que lhes possibilitam criar a identidade enquanto fração de classe. Trata-se de uma abordagem qualitativa pautada no materialismo histórico-dialético e análise de conteúdo com base em coleta de dados através de observações, anotações de campo e entrevistas não-diretiva. Está articulada teoricamente no referencial baseado em Marx(1991, 2007, 2009, 2011, 2013), Engels (1975,1999), Saviani (1994,2007, 2011); Kosik (1967, 2002); Frigotto (2005,2010); Gramsci (1987,1989); Mészáros (2008, 2011); Antunes (2012), Organista (2009), Santos (1978,2001); Rodrigues (2012); Gomes (2006,2015); Dubar (2006); Bogo (2010); Schwartz (2005, 2010, 2011); Thompson (1984); Tiriba (2001); Fischer (2009); Michelat (1985); Minayo (1994); Triviños (1987); Franco (2008); Bardin (1977), dentre outros. As questões norteadoras para a construção desta pesquisa averiguam: I) Qual a relação entre saberes identitários e as metamorfoses do mundo do trabalho operadas pelo capitalismo a partir da década de 1970? II) Como as comunidades quilombolas foram impactadas com a centralidade do trabalho na lógica do mercado a partir da década de 1970? III) De que forma os saberes identitários dos quilombolas resistiram frente à tentativa de homogeneização produtiva-cultural operada pelo capital a partir da década de 1970? Os resultados parciais apontam que a categoria trabalho é “antes de tudo, um processo entre o homem e a natureza, processo este em que o homem, por sua própria ação, medeia, regula e controla seu metabolismo com a natureza.” (MARX, 2013, p. 326), ou seja, é através do trabalho que nos tornamos o que somos, que nos tornamos comunidade, que nos tornamos seres sociais e, portanto, históricos. As análises indicam que o ato permanente de transformações do trabalho e da construção da educação fazem com que homens e mulheres criem saberes, dentre estes os saberes identitários de resistência. Assim percebe-se nas falas dos informantes, o significado da prática de trabalho mutirão/convidado, e que este os definiu em organização como comunidade. Os dados apresentam que as evidências se encaminham à confirmação da hipótese deste estudo, pois o trabalho os define como ser social, assim como o legado de Marx (2009) que à medida que o homem transforma a natureza em favor de suas necessidades ele transforma a si mesmo no ato contínuo do educar (- se). No entanto com a travessia de segunda ordem do capital (TIRIBA;FISCHER, 2015), operada através da implantação do monocultivo da pimenta-do-reino em Mocajuba/PA, a resistência identitária passou a indicar que mesmo com a divisão do tempo entre o trabalho nos pimentais e o trabalho na roça, percebe-se que os povos de comunidades tradicionais, têm vivido majoritariamente na centralidade do trabalho, ou seja, tem vivenciado o trabalho na sua forma onto-histórica. A partir do trabalho aprenderam e aprendem todos os dias a ser além de homens e mulheres, a serem comunidade, construindo juntos a base econômico-cultural (TIRIBA;FISCHER, 2015) do povo quilombola. Esse é o percurso do caminho deste estudo (em andamento) com busca pelo aprofundamento empírico-teórico de categorias como trabalho-educação, as metamorfoses do mundo do trabalho, relações de comunidade quilombola, frações de classe, experiência, saberes sociais, saberes identitários de resistência


MEMBROS DA BANCA: 
Interno - 2524613 - BENEDITA CELESTE DE MORAES PINTO
Presidente - 2321894 - DORIEDSON DO SOCORRO RODRIGUES
Externo à Instituição - LIA TIRIBA